quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Cena 20 - Um pouco mais sobre graça

Voltei. Ou não, sabe-se o que é preciso para voltar a uma forma de vida depois de um período longo de hibernação. Porque eu sumi, mas vocês permaneceram, continuaram interagindo, conjecturando, desabafando, polemizando, retrucando, ajudando, evoluindo (ou não). E eu? Vou tentar pegar o bonde andando enquanto espio os outros vagões para ver o que têm aprendido.

A TX outro dia resolveu me dar o benefício da dúvida e perguntou por que eu havia parado de escrever. Ótima pergunta, só pedindo ajuda aos universitários. Minha última postagem foi a saída da Embaixada. Talvez, diminuindo minha interação com o mundo, eu tenha esquecido o que dizer... Talvez, enquanto vivo situações importantes e delicadas, tenha resolvido evitar a exposição... Ou talvez, só talvez, os sentimentos e pensamentos que me inundam estejam mais leves, não façam tanta questão de sair.

Não sei que momento é este, não estava acostumada a ele. O momento em que se começa a receber as bênçãos que vem pedindo há muito. Momento em que o maior medo é dar um passo em falso e estragar tudo, seja por negligência ou por não saber demonstrar toda a gratidão. Mudança à vista, futuro tomando forma. O tempo, o trabalho e a espera fazendo sentido de novo. Planos deliciosos. Visão de uma vida que vale a pena.

O que fazer quando se perde a intensidade da súplica? Quando acabam as desculpas que inventamos para nós mesmos? Nossas frustrações e faltas costumam ser usadas para justificar tantas atitudes e omissões: “Não tenho buscado a Deus como deveria, mas é porque estou triste”. “Bebo/fico/danço pagode no casamento do Ismael (brincadeirinha) porque algo me falta, tenho uma carência que não parece ser suprida”. Grosseria porque não há motivo para ser muito legal com ninguém, afinal, o mundo não é muito legal com você.

Aqui, onde estou, as desculpas acabaram. Muitas mudanças à frente, mas todas trazendo paz. Qualquer falha é preguiça descarada, egoísmo ou escolha errada, sem maquiagem. E tem sido interessante me conhecer assim. Um ser com mais falhas do que eu imaginava, com menos decisão do que parecia, com menos paixão e disposição do que eu enxergava. Mas também alguém que agora sabe que nem por um segundo merece coisa alguma do Pai, e que mesmo nunca tendo merecido, recebe zelo e amor.

Tenho tentado mudar, me ajustar ao bom momento e aprender a orar para agradecer com a mesma intensidade de quando orava para pedir. Talvez eu não seja uma pessoa melhor – não da forma como previa que seria quando chegasse aqui –, mas talvez eu tenha aprendido a me deitar na misericórdia de Deus enquanto esqueço as desculpas e encaro a responsabilidade de tentar. Quero ser melhor para não ter de voltar para a sala de aula.

Se continuo pedindo? Sempre. Dependo de Deus para conseguir dormir ou acordar. E nada do que tenho ou tive pode ser sustentando sem a constante manutenção e orientação dEle. Mas peço com a certeza de que não mereço nada, não mereço o amor, o cuidado, as bênçãos, a amizade, a paciência, o perdão, a esperança da eternidade... mas que preciso de tudo isso, e o meu Deus é tão maravilhosamente bom que criou a misericórdia e a graça para guiarem suas próprias ações.

Digo essas palavras não para que haja acomodação, nunca vamos merecer, mas temos o dever de batalhar em direção ao ideal. Mas para que haja paz e confiança em saber que teremos todo o suporte necessário, e muito mais, pelo caminho. E que isso não tem nada a ver com o que somos ou como estamos...

5 comentários:

Lê Cami disse...

Refreshing, saber que ainda volta por aqui para nos deliciar com suas palavras.
Muito honesto seu texto de volta. Nem sempre é agradável o que vemos quando nos sentamos diante de nós mesmos. Que bom que vc viu o que Deus produziu, apesar de vc.

Welcome back. Hope you stay for good.
Bjinho.

Larissa Sales disse...

ufa! saiu o novo post!! rss

Mel disse...

É tudo pela graça...q se renova a cada segundo enquanto a misericórdia parece ser a cada manhã. A dificuldade de compreensão está em nós, res humanos, q não temos a amplitude de alma nem de espírito (já q de corpo, totalmente impossível} de entender o que é a maravilhosa graça da qual tanto desfrutamos.
Great post. Welcome back.=]

Btw, keep asking! He loves to give for His beloved.

Rafa disse...

mudanças sao legais... Aprendemos mto com elas. Rs, nada a ver ne? Hehe, bjo

Unknown disse...


Hey! Shake my hand, nigga!

Aiai, que "piegas" os "ends" dos "comments" em "inglés"... rsrs Pra ser enfático, tem o programa Lero-lero, ajuda nessa hora! kkkkkkkkkkkkkk

Rs, nada a ver ne?[2]

beijos, ricardo