segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Cena 22 - Sobre cachorros e viagens

É, hoje eu não tenho nenhuma sabedoria para transmitir, nem alguma situação engraçada para contar. De novo. Isto aqui é só mais um desabafo. Vou dar um espaço a seguir para dar ao leitor mais uma oportunidade de deixar o blog. Depois não digam que eu não avisei...
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A gente às vezes entra em uma situação se prevenindo tanto por um lado que esquece o outro. Tampa o rosto com a coberta e descobre os pés. Aí, ao invés de ficar com o nariz gelado, você acaba mordido pelo cachorro. Que seja, o lance é que não estou para conversa. Estou a ponto de chutar o cachorro. Acabei de comprar o gato, como vou saber se ele vale a pena eu brigar com o cachorro, se o cachorro vai acabar aceitando a nova companhia, ou se é melhor abrir mão do gato e continuar com a aprovação do “fiel amigo”. E se o gato for o que eu preciso? E se quando o cachorro morde é o gato que lambe as minhas feridas, como deixá-lo ir? Talvez eu ressinta o cachorro eternamente, porque afinal, ele é de casa, dele eu não posso abrir mão, mesmo que às vezes queira. Ele tem costumes que não batem com a minha personalidade. Tem um método estranho de amar e proteger. Mas como prever meu futuro com o gato? E por que eu preciso saber disso agora? Por que não posso simplesmente viver, conviver, experimentar, sonhar...? Enfim, chega de conversas intensas sobre o que não preciso ter certeza ainda. Chega também de acusações sobre um passado que não me pertence. Chega. O cachorro ressente meus antepassados por algo que eu desconheço e desconta em mim. Eu sei, “x”!!!! Eu não estava lá!!! Eu não sei por que você não pára de latir!!! Os dois assuntos se misturam e isso fez da minha viagem uma tortura quase nazista. Rodeada de cachorros. Em cada parada, o assunto, o gato, os antepassados, o passado, “aquilo”, o “x”. É, eu amo o cachorro, ou “os cachorros”. Não por opção, por tradição, é família. Mas sim, estou pronta para tirar férias dele. Se o meu futuro inclui o novo residente ou não, isso é outro grande X. Mas talvez eu não precise saber disso agora. A gente nunca tem mesmo certeza do futuro até que ele mude de nome e vire presente. Mas os cachorros? Vão ficar para trás. Serão afastados e alienados até que eu descubra como lidar com tanta fofoca, tanta desaprovação, tanta intriga. Eles que remexam em suas feridas até decidirem apresentá-las ao Médico antes de as infeccionarem completamente. Se família é assim, acho que estou bem com a família adotada que tenho ao meu redor. Para que viajar milhares de quilômetros para ouvir todos os meus defeitos, ter minha vida exposta, minhas opiniões espalhadas pelas línguas mais afiadas, meus sonhos debochados e minhas intenções duvidadas por quem não me conhece? Para que ouvir gritos contra mim sobre situações de um passado que é só deles? Que não vem ao caso e não tem ligação com o assunto. Muito menos comigo. Para quê??? Enfim... Vou voltar para casa, que é onde há conforto, aceitação (ou não). Ou pelo menos tem o meu canto, onde eu posso me esconder, e alguns que parecem me amar sem muita condição nem pressão. E por favor, aqueles que pensam como os cachorros, me deixem em paz. Eu preciso de paz. Estou voltando para casa, graças a Deus...

PS: Àqueles que não entenderam nada, abstraiam, era só um desabafo. Àqueles que entenderam tudo, eu avisei que era um desabafo!

Um comentário:

Mel disse...

Me sinto um pouco cachorro e um pouco família....
Lato.. e te compreendo. =(

Deus + tempo + situações... e tudo melhora no futuro.

Lov u. Sister...we have no choise. ;)