quarta-feira, 4 de julho de 2007

Cena 1, take 1

No início, a Terra era sem forma e vazia... E aí Deus criou Adão, pai de Abel, pai de alguém, que tempos depois foi pai de Abraão, pai de Isaque, pai de Jacó, pai de José, pai de mais alguém, que não conseguiu créditos na Bíblia, [...milhares de anos...] pai de Ezequias, não o rei, o pastor, pai de Talita. Essa é a minha história. O resto vocês já sabem, porque o único motivo que levaria alguém a ler este aspirante a caderninho de idéias seria uma amizade muito perseverante ou ligações inegáveis de sangue. De volta ao assunto, já que você já adentrou o estabelecimento (mesmo se por engano), melhor dizer a que vim.

Decidi voltar a escrever. Não porque mereço ser ouvida, nem porque tenho grandes percepções sobre a vida, a morte e a intolerância mundial que se negam a permanecer caladas. Escrevo porque preciso, porque de alguma forma a vida faz mais sentido assim, com a possibilidade de testemunhas. Há algo mágico em traduzir pensamentos e sentimentos em palavras. Coloca sua cabeça em ordem e compartilha com o desconhecido o peso de tanta informação. A verdade é que eu não espero ser lida. Basta a palavra ser lançada, se ela vai correr ao encontro de alguém eu não sei. Meu mundo interior não pára, e as idéias estão fazendo fila para sair, com ou sem destino (topariam até ir em excursão em meio à Operação Padrão e às vésperas da greve da Infraero).

Ah, e já vou avisando que tenho um problema com conclusões. Conclusões podem justificar a existência do texto, salvando o autor, ou afogá-lo de vez. Diante de tamanha responsabilidade, só finalizo um escrito quando encontro o final perfeito. Antes que você pense que este que você lê já foi enterrado sem conhecer Jesus, aliviei a pressão dele, já que é basicamente uma festa de boas vindas aos meus leitores imaginários. E festas não terminam no auge, diminui-se o ritmo e o anfitrião despede os convidados aos poucos. Sendo assim, caros companheiros, bem-vindos, tirem os sapatos (não as meias) e sintam-se em casa.

Um comentário:

Pr. Zeca disse...

Fiquei muito satisfeito com o material. Sua literatura, ou seja, suas palavras são de relaxante qualidade. Lê-se por prazer. Acho que é por que parece com você. Na verdade, tudo que está perto de você logo ganha a sua cara. O seu quarto, os seus móveis, seus bichinhos de estimação (os de pelúcia), seu carro, sua mochila... e lamentavelmente ou felizmente, seus amigos.
O desejo de perpetuar-se é inerente ao homem, neste caso à mulher. Pensando desta maneira é bom que você escreva. Pode trazer luz para outros. Ah, o vô Didi também pensava assim e escreveu alguns poemas. Se quiser posso lhe enviá-los para incluir no seu blog.
Daquele que consta na sua identidade... Zeca